Estudantes universitárias fazem dinheiro rápido em vida dupla
PAULO SILVA REIS, Chaves
Três jovens, sob nomes falsos, relatam vida como prostitutas
Em Vila Real e Bragança uma nova forma de prostituição está a surgir. Cada vez mais estudantes universitárias, aliciadas pelo dinheiro fácil, se dedicam à mais velha profissão do mundo. O DN falou com três jovens estudantes, oriundas do Sul do País, que, sob nomes falsos, contaram como levam uma vida dupla.
As três admitem que a opção foi feita para terem uma vida desafogada, sem contar os tostões, podendo num só dia pagar a renda do apartamento. "A vantagem deste tipo de trabalho é não andar sempre a contar os euros", diz Vânia, estudante de 19 anos, a frequentar o segundo ano de um curso no Instituto Politécnico de Bragança. "Não é em todos os empregos que se consegue 200 ou 300 euros por dia. Com o que trazemos de casa, mal conseguimos sobreviver e assim vivemos melhor, sem termos de nos preocupar se o dinheiro vai chegar até ao fim do mês."
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Também em Vila Real, o fenómeno está a crescer. Vera, de 24 anos, a estudar na Universidade de Trás-os--Montes e Alto Douro (UTAD), "para manter o nível de vida" dedica-se à prostituição. Mas admite que na cidade do Marão "o negócio é mais difícil e é muito complicado passar despercebida". Por norma, explica, "não aceito encontros ao primeiro contacto". Vera vive no sobressalto de se cruzar, nesta vida dupla, com alguém da UTAD, o que traria "um enorme constrangimento", admite.
In Diário de Notícias de Domingo, 16 de março de 2008