Tá visto que as despesas da pré-campanha, pelo menos nesta fase, são do Dr. Mário Soares.
Cavaco Silva passeia, pouco falador (como sempre), a sua vantagem de muitos pontos percentuais, nas sondagens. Com uma vantagem daquelas e sem dizer nada, para quê falar? Quanto mais disser, mais pode perder. Subir mais é que já não dá.Assim há que ser parcimonioso nas intervenções (ou não fosse ele economista em tempo de crise!). Mas sempre vai dizendo que, a ser eleito, vai ser um presidente interventor, com uma visão alargada dos poderes presidenciais e uma acção fiscalizadora da acção do governo. Isto promete. (Onde é que eu já ouvi isto? Não foi o Dr. Jorge Sampaio a prometer que não abdicava dos seus poderes na acção fiscalizadora do governo de Santana Lopes?)
Entretanto, tanta vantagem tem Cavaco que Mário Soares se vê na obrigação de o provocar permanentemente, tentando diminui-lo na sua competência política para a função, na sua concepção de democracia, enfim, chama-lhe tudo para o "tirar do sério", tentando desgastar aquela imagem impoluta.
Manuel Alegre, tão calado, tem que começar a aparecer, ou corre o sério risco de que as mediáticas intervenções do Dr. Mário Soares o releguem, a ele, para um terceiro lugar que, até aqui, não é o seu.
Acorde, Senhor doutor, acorde.