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Segunda-feira, 2 de Fevereiro de 2009

O perigo das sociedades

José Manuel Fernandes reflete, em editorial do Público, sobre as manifestações  contra emigrantes em Inglaterra e sobre o desemprego dos portugueses em espanha. Tem uma perspectiva alarmista e algum tom de catástrofe. Cito só umas frases do início e do fim do texto, com recomendação de leitura:

 

«Quando ingleses se manifestam contra portugueses e italianos e de Espanha regressam muitos que lá iam buscar sustento, cuidado: o que separa a ordem do caos e a civilização da barbárie é uma fronteira tão frágil como uma fina camada de verniz. »

(...)

«(...)então o que hoje é uma crise pode tornar-se numa grave depressão e esta, pela sua própria natureza, pode degenerar no caos. Há alturas em que História volta para trás muito mais depressa do que andou para a frente.»

 

Comento achando, sem felicidade, que ele tem toda a razão. José Manuel Fernandes foca um problema fulcral: as sociedades democráticas e ricas não estão dispostas a suportar o sofrimento social e os ajustamentos económicos, sociais e políticos deste princípio de século XXI são um grande e perigoso desafio. As sociedades mais pobres querem chegar mais alto, ou simplesmente os seus povos não têm a possibilidade de escolher o que querem.
 
O mundo de hoje é um verdadeiro perigo para as Sociedades, tal como as conhecemos. Criar condições para a resolução destes problemas deveria ser a verdadeira prioridade das sociedades Humanas mais desenvolvidas, nem que seja porque são as que têm mais a perder.
 
Ele só não tem razão, digo eu, quando  citando Will Durant  filósofo americano, aponta como causa o relativismo ou a falta de valores morais e o hedonismo. Acho esta visão muito redutora e muito cheia de medo das mudanças sociais e da modernidade. Isso seria admitir que as sociedades Humanas prósperas e estáveis só são possíveis com rígidos valores morais e regras impostas por valores dogmáticos, religiosos ou outros e, portanto, isoladas umas das outras. E eu não aceito isso. Acho exactamente o contrário.
 
O que necessitamos não é de mais "valores" e menos relativismo e hedonismo sendo esta uma visão demasiado moral e dogamática dos problemas. Necessitamos exactamente do contrário: novos valores e mais desenvolvimento humano para todos os povos da terra. As sociedades com rígidos códigos morais, políticos ou económicos seguem os seus objectivos por ideologia, por ser assim, por plano, sem mais e, por essas razões só encontram outras soluções em ambiente de rotura.
 
São possíveis sociedades humanas prósperas e estáveis em ambientes de liberalismo político, social e económico (reforço liberalismo moral e de princípos). Como em tudo, o problema das sociedades é o problema dos Homens: têm alguma dificuldade em localizar de forma acertiva os seus problemas e ordenar os seus objectivos e as suas prioridades de actuação, pela ordem mais favorável.
 
Apesar dos problemas, este ambiente de liberalismo, de sociedade democrática aberta a valores morais diversos e a relativisar  as suas opções e julgamentos é o melhor ambiente para que seja possível a correcta percepção destas escolhas permitindo correcções de rumo, quando é caso disso.
 

 Citado: Fernado, J.M. - "Editorial" In Jornal Público. Edição Lisboa: 2 de fevereiro de 2009, Ano XIX, nº 6880, Pág 34.

publicado por apólogo às 16:00

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