Depois de ter vindo a publico falar contra um líder de um partido político, no caso o Dr. Santana Lopes, antes destas eleições, o Eng.º Belmiro de Azevedo vem agora dizer ao futuro primeiro-ministro como é que se forma um governo. Será uma cobrança ?
Diz ele estas coisas tão espantosas, no Diário Económico de hoje:
"A dimensão de Portugal tem de influenciar a formação de um Governo, da mesma forma que a dimensão de uma empresa determina o número de membros do seu conselho de administração". Assim, para um país de 10 milhões de habitantes, bastaria um ministro por cada milhão. "São contas fáceis. Um ministro representaria um milhão de portugueses"
"Se eu formasse um Governo", avança Belmiro, "dividiria a equipa em quatro grandes áreas, atribuindo cada uma delas a um ministro com muito poder. Os seis ministérios que faltam seriam, então, entregues a ministros que operavam na área de influência dos primeiros"
Ficamos felizes porque observamos que o Eng.º Belmiro de Azevedo é forte em contas. Assim, um país com 60 milhões de habitantes tem 60 ministros e os Estado Unidos têm 240 ministros. Na China é necessária uma província inteira para albergar todos os governantes daquela gente toda, e um país com um milhão de habitantes só tem primeiro-ministro, com direito a secretária particular . E eu nem precisei de calculadora para fazer estas contas, nem nada !
Não parece que os assuntos que, num estado, justificam um ministério, tenham a ver com o número dos seus habitantes. Alguém devia ensinar o Sr. Eng.º Belmiro de Azevedo, que um País não é uma empresa. Os ministros não têm como função representar os habitantes, os deputados é que têm. Dizer estas coisas, desculpe, é ser políticamente néscio. Os assuntos que, num país, merecem ter um ministérios têm a ver com obrigações internacionais e locais, com opções políticas e com o perfil das pessoas disponíveis ( se acumulam ou não pastas ). A quantidade de funcionários do estado e da estrutura dos serviços é que tem a ver, em parte, com o número de habitantes. Não o Governo. E, também, não se poupa nada de especial por ter menos um ministro ou dois, se formos por esse campo.
A teoria dos super-ministros e ministros normais lembra-me o tempo em que eu fumava : SG gigante e SG filtro. Ter dois tipos de ministros, é galhofeiro.Não parece que concentrar poder de decisão política, em matérias muito diferentes e em três ou quatro pessoas, seja benéfico ainda tornando muito mais difícil encontrar pessoas com o perfil adequado para tal.
Não se vislumbra o que acontecia aos secretários de estado mas, para não ficar tudo na mesma, vá de os extinguir : isto digo eu !
Sr. Enginheiro, dedique-se a governar a suas empresas o que, parece, tem feito bem e deixe para os políticos eleitos, e competentes como tal, fazerem os seus governos pelos quais, aliás, vão ser os únicos responsáveis !
Muito obrigado