A história é sempre a mesma: esta tentação, em Portugal, de resolver problemas aumentando os impostos.
A situação financeira é pereclitante e o esforço para baixar a despesa parece insuportável. Penso eu que há muita gente às voltas na cama a pensar onde arranjar dinheiro e alguém apareceu com esta ideia luminosa de aumentar os impostos, parecendo que se baixa.
Faz-se assim: baixa-se, à partida, o imposto de quem compra carro de forma a que seja possivel baixar um pouco o preço de compra e até parece que baixamos o imposto. Depois cobramos durante dez anos um outro imposto anual, como prestações, acabando por cobrar mais, et voilá, no fim de tudo, contas feitas, fartamo-nos de ganhar dinheiro e aumentámos o imposto ser ninguém dar por isso. À mistura salpicamos a lei com normas de discriminação "ecológicas" e "amigas do ambiente" que ficam sempre bem a adornar o pacote e que ninguém se atreve a contestar. Cá temos a lei que aumenta os impostos, baixando.
Esta forma de governar escondendo as contra-medidas com as medidas é um rumo ínvio e vai ter custos, engº Sócrates. Além de que é mais do mesmo e o senhor merecia fazer melhor; melhor dizendo, todos nós mereciamos muito melhor.
Melhor será, com coragem, reformar mesmo e de facto, diminuindo, mesmo e decisivamente a despesa. Isso levará a baixar a carga fiscal sobre todos (nunca a aumentar), o que terá como consequência um franco desenvolvimento económico, com decisivo aumento das receitas, por este facto, o que permite mais investimento do estado, novas reformas e outro equlíbrio fiscal e de novo franco desenvolvimento, num ciclo positivo que nos permita sair desta situação de cepa torta a que temos estado condenados, há tanto tempo que até já falha memória aos mais distintos arquivos, desde o insigne reino até à ilustre república.
Menos do que isto é uma falha imperdoável, um temível acanhamento e uma inaceitável penúria de acção perdendo-se uma oportunidade, quem sabe única, de mudar mesmo o país.