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Sábado, 12 de Maio de 2007

No Combóio Descendente, sempre actual

 

 


 

 

 

 No comboio descendente
   Vinha tudo à gargalhada.
      Uns por verem rir os outros
    E outros sem ser por nada
 No comboio descendente
       De Queluz à Cruz Quebrada...

 No comboio descendente
Vinham todos à janela
     Uns calados para os outros
    E outros a dar-lhes trela
 No comboio descendente
        De Cruz Quebrada a Palmela...

 No comboio descendente
   Mas que grande reinação!
         Uns dormindo, outros com sono,
   E outros nem sim nem não
 No comboio descendente
De Palmela a Portimão

                                     Fernando Pessoa

 


 

 


publicado por apólogo às 17:59

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