Com a justificação que os bancários nunca ficam desempregados uma percentagem dos seus descontos é encaminhada para o SAMS, ao invés de fazer parte do bolo total de descontos da segurança social.
Os bancários vivem a situação excepcional de descontarem menos que os outros trabalhadores para o Estado, sendo a verba remanescente encaminhada para o SMAS. Assim, com esta justificação, os bancários vivem, desde há vários anos, a situação de privilégio de serem a única classe em Portugal que se permite descontar menos para o Estado e, portanto, fogem ao sistema de redistribuição de riqueza, com esta verba, sendo utilizada em seu benefício próprio, num sistema serviços de saúde ímpar, só para eles (e seus familiares, ainda por cima , mesmo que não sejam bancários e nunca tenham descontado !!!! ).
Isto só foi possível porque são uma classe profissional com grande força sindical (os bancos até foram todos nacionalizados, lembram-se?) e que aufere de rendimentos acima da média. Ao ser permitido que quem ganha mais que a média desvie verbas dos descontos em benefício de serviços de saúde , ou outros, próprios, excepcionais e de elite, foi cometido uma grnde injustiça social e é comprometido o sitema de redistribuição de riqueza de base tributária progressiva, previsto na constituição da república portuguesa. E isto tudo feito, também, pelas forças de esquerda, que defendem os estes princípios de redistribuição de riqueza e o Estado Social, tentando evitar lutas sindicais e contentar clientelas que gravitam em volta dos partidos (PS - PSD). Ou otros partidos foram atrás, ninguém se tendo atrevido a contestar publicamente esta política.
"após vários anos de querela com o Ministério da Saúde, relativamente à situação dos beneficiários dos SAMS face ao SNS, é celebrado em 6.10.99 um protocolo com o IGIF – Ministério da Saúde, que põe fim ao diferendo, reconhecendo os direitos dos nossos beneficiários e atribuindo uma compensação aos SAMS por estes suportarem despesas que cabem ao Estado."
Isto configura, no entanto, uma situação completamente injusta socialmente, uma vez que, como já foi dito, a uma classe social com redimentos acima da média nacional é permitido gerir serviços sociais e de saúde próprios, com receitas retiradas aos impostos, situação que mais nenhuma classe em portugal goza. Como é fácil de ver, se todos os trabalhadores que ganham rendimentos acima da média puderem fazer o mesmo descontando menos que os outros, ficam os trabalhadores de menor rendimento a descontar ... Não há dinheiro para Serviço Nacional de Saúde, nem para outros subsídos, reformas, etc, etc,
Agora vão ficar (que nunca ficavam) 750 bancários desempregados, funcionários do Banco Português de Negócios. No entanto, não têm direito a subsídio de desemprego, porque prescindiram desse direito para terem os seus serviços própiros, de elite.
O Sindicato já veio dizer que esta é uma situação de excepção e que têm que ser criados mecanismos de excepção... Ou seja, estão a pressionar para o Governo criar um subsídio de desemprego excepcional para os bancários, a pagar do dinheiro dos contrinbuintes que não têm direito a SAMS nem a serviços d elite e que sempre descontaram tudo, para todos. O mecanismo de excepção, a existir, tem que ser criado pelos sistemas próprios de segurança social dos bancários, pelos sindicatos dos bancários, pela solidariedade dos seus colegas, se for caso disso. Não pelo Estado e não através dos impostos dos outros trabalhadores que não são bancários. Vamos ver se o novo primeiro-ministro, de facto, inaugura uma nova era e se mantém firme, não indo em cantigas. A ver vamos.