Marques Mendes:" Vítor Gaspar decidiu tratar os portugueses como atrasados mentais"
«O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, colou-se ontem às declarações do Presidente da República (PR) para defender que Portugal deve beneficiar de algumas das condições aplicadas à Grécia. “Concordo”, disse o líder do CDS, depois de Cavaco Silva ter defendido que não encontra razões para que “não seja reduzida a comissão que é cobrada a Portugal pelos empréstimos que recebeu do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira” e “para que não seja alargado o período de reembolso dos empréstimos do Fundo de Europeu de Estabilidade Financeira”.
A confusão instalou-se no governo com Passos e Gaspar a recuarem na defesa de que - como disse o primeiro-ministro na entrevista à TVI - “está adquirido que tudo o que vigorar em qualquer dos programas de ajustamento deve ter uma regra de igualdade de tratamento nos restantes”.
Uns dias depois, o chefe do governo recuou e garantiu que “não queremos ter uma solução idêntica à da Grécia”.
O CDS é que não alinhou com as alterações nos discursos de Passos Coelho e de Vítor Gaspar e, na Assembleia da República, o deputado centrista, João Almeida, deixou logo na quarta-feira um sinal de divergência. “Portugal deve reivindicar a aplicação de regras idênticas àquelas que forem aplicadas a qualquer outro Estado que esteja sob programa de assistência”. Um dia depois, Paulo Portas, à boleia do chefe de Estado, dizia o mesmo por outras palavras: “Portugal deve evidenciar a regra segundo a qual quando há circunstâncias institucionais semelhantes se aplicam regras semelhantes”.
Perante as contradições sobre a posição do governo, Miguel Macedo - um dos quatro ministros que falou sobre este assunto - optou por adiar uma posição definitiva para o debate de hoje na Assembleia da República. O ministro admitiu, porém, que existe “alguma confusão” sobre a posição portuguesa.»
Quem irá ganhar a Câmara de Lisboa? O António Costa parece um bom candidato, mas o Paulo Portas vai dar muita luta porque uma vitória, para ele, é muito importante.
O Telmo Correia também é um bom candidato e a campanha vai ser feroz, contra o voto no PS (porque é o voto no governo) e contra o voto no PSD, porque causou esta crise e é, em si mesmo, um partido em crise. Por fim, o Paulo Portas vai lembrar que o CDS já teve um bom presidente da Câmara de Lisboa (Abecassis).
Será eleita a Helena Roseta? Não me parece que aspire a mais. E qual será o tombo do PSD? (penso que vai ser mesmo tombo).
Em suma, a verdadeira oposição ao Partido Socialista, nesta campanha vai ser o CDS-PP e não o PSD. (Eu ouvi falar num partido em crise?). Está, também, dado o mote para os próximos dois anos de oposição, do PP, ao governo do Sócrates.
Vamos ver os resultados na Câmara de Lisboa e vai ser o próximo tema votação no Apólogo.
Se os militantes do CDS-PP optarem por reeleger o Dr. Paulo Portas para presidente correm o risco de mudar de partido: deixam de ser do CDS - Partido Popular e passam para o CDS - PPP, Partido do Paulo Portas. E o problema é que esta opção de PPP será sempre traumática, se não suicidária.
Se o Dr. Paulo Portas não consegue os objectivos de crescimento do partido, derrotando a maioria absoluta do Eng.º Sócrates e fazendo parte de uma solução governativa na próxima legislatura, demite-se e lá se vai o Grande Pai, deixando uma legião de órfãos unicamente dependentes de alguma solução dos serviços de apoio do Ministério da solidariedade e Segurança Social. Até meterá pena.
Se conseguir sucesso (que passa, sempre, por infringir uma derrota ao Eng.º Sócrates) esse sucesso é sempre do Paulo Portas e nunca do CDS-PP. Ou seja, quando depois deste sucesso ele sair do PPP em todo o caso, lá ficarão dependentes dos pedopsiquiatras, outra vez.
Só há uma salvação, nesta opção dos militantes: o Dr. Paulo Portas resolver casar, assentar também no Partido para o resto da vida e uma vez finado, talvez substituído pela sua esposa, qual Péron à Portuguesa.
Boa Sorte PPP