"Mudança de poder em curso na China
Terminou hoje o congresso quinquenal dos comunistas chineses, com o Presidente Hu Jintao a abandonar o cargo de secretário-geral do partido. Amanhã são anunciados os nomes dos novos membros da cúpula máxima do regime de Pequim."(...)
(...)"Amanhã, o novo comité central do PC chinês elege o Politburo e o seu órgão máximo, a Comissão Permanente do Politburo. Pelo menos sete dos nove actuais membros da CPP vão dar lugar a novos líderes por limites estatutários de idade, sendo esperada a ascensão de Xi e Li àquele órgão. Os novos membros serão apresentados à comunicação social numa cerimónia marcada para a próxima madrugada (hora de Lisboa).
A mudança de poder é o culminar de uma longa campanha interna marcada por um duro confronto político entre as duas principais facções do PC chinês - uma conservadora, favorável a um revivalismo maoista, e outra dita liberal, pró-capitalista. A luta causou importantes baixas no regime, com o líder conservador Bo Xilai a ser afastado da direcção do partido devido a graves acusações criminais que, segundo os seus apoiantes, terão motivações políticas. (...)
"Crise pode atingir a China em 2013
Um cenário pessimista, implicando o rebentar da "bolha" imobiliária e uma crise de dívida dos governos locais, traçado por um economista de um Centro de Investigação do Conselho de Estado chinês."
Jorge Nascimento Rodrigues (www.expresso.pt) 9:47 Sexta feira, 31 de agosto de 2012 |
Congresso do PC chinês terminou "vitoriosamente"
14.11.2012 - 10:27
"Xi Jinping, de 59 anos, deverá tomar posse em Março, quando o Parlamento se reunir, sucedendo então a Hu Jintao."(...)
(...)"Xi Jiping é considerado alguém aceitável para ambas as facções do PCC. Tal como o homem que deverá ser o seu primeiro-ministro, Li Keqiang, é um dos 200 membros do novo comité central, a elite da China. Mas o núcleo de poder está nos cerca de 25 dirigentes do politburo e, mais ainda, no comité permanente, que deverá ser reduzido de nove a apenas sete membros. Estas sete pessoas serão os verdadeiros líderes da China."
Rotação de poder, muitos novos elementos dos quais não se sabe qual a orientação política. Se a china treme nós (os países económicamente mais desenvolvidos) temos um terramoto. O que parece certo é que esta rotação significa uma mudança política significativa que tanto pode tender para uma acelaração do modelo económico dos últimos anos, incluindo o caminho inevitável, neste caso, para a democracia, como um relativo retrocesso e um aprofundamento ideológico do controlo do estado e da economia tentando manter este modelo de poder políticamente centralizado, mas e ao mesmo tempo, económicamente de inspiração capitalista e liberal. A desacelaração económica dos países mais desenvolvidos, que não terá grande inversão nos próximos anos, faz adivinhar desafios económicos e financeiros a nível mundial e com particulares e até aqui desconhecidas consequências para a China, onde se adivinham pela primeira vez crises da mesma índole e não permitem a manutenção por este país deste modelo que não é carne nem é peixe.
Este modelo político e económico só pôde sobreviver ,até aqui, devido a um conjunto de circunstâncias particulares e únicas a nível mundial que não se vão repetir. A queda do muro de Berlin e a consequente derrocada dos modelos comunistas de dominação da sociedade, o Consenso de Whashington logo após, com a receita para ajustamento macroeconómico dos países menos desenvolvidos e os subsquentes acordos no seio da Organização Mundial do Comércio (OMC; WTO) criaram estas condições únicas e significaram, a partir daí, uma transferência sucessiva da força produtiva, dos investimentos em capital e da riqueza, dos países mais desenvolvidos para alguns países mais pobres económicamente, entre eles a China, local priveligiado dos investimentos de capital das empresas dos países com mais poder económico. Uma força de trabalho abundante, eficiente e barata, condições conjunturais favoráveis no poder político naquele país que, na nova ordem mundial, se afastava dos tempos radicais do Maoísmo e o sucessivo esbater das fronteiras nas trocas comerciais em todo o mundo, aprofundado pelos acordos da OMC criaram estas condições únicas. Este modelo só foi possível enquanto a riqueza e capacidade de endividamento dos países mais desenvolvidos era significativamente superior. Já não é.
Neste momento a capacidade de criar riqueza crescente ,de endividamento e de investimento, dos países desenvolvidos já não pode alimentar esta forma de economia para a China. Já não podem ser feitos investimentos massivos, estes investimentos têm agora um risco e uma incerteza acrescidas, as populações da maioria dos países desenvolvidos já não têm rendimento para comprar tantas coisas à China e este país tem vivido só disto, de nada mais. Adivinha-se uma crise não só conjuntural como estrutural neste país, muito diferente dos modelos economicos de outros paises em franco desenvolvimento, como a Índia ou o Brasil. Esta crise é imensa, vai ter tendência a agravar-se e a China vai ser uma das suas principais vítimas logo a seguir aos países mais desenvolvidos. Este país encontra-se numa encruzilhada onde só tem dois caminhos;ou volta de forma significativa para a China fechada ao exterior a ao controlo ideológico de inspiração Maoista, ou segue o caminho da democracia e de uma economia liberal de mercado.
Em qualquer dos casos as consequências económicas deste tremer político vão ser sentidas em todo o lado e por todos os países mais desenvolvidos muito particularmente.
OMC: http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_Mundial_do_Com%C3%A9rcio
Consenso de Whashington: http://pt.wikipedia.org/wiki/Consenso_de_Washington
Nós já sabemos que o Mundo pula e avança ... Sim. Já não é de agora, mas agora damos mesmo por isso. Também sabemos que na China, apesar de tudo, não é só gente a trabalhar. Têm tecnologia de ponta, grandes linhas de montagem automáticas também. Mas, a sua grande força económica tem sido a mão-de-obra barata, ao jeito da fuga dos campos para a cidade, na Europa do século XIX ou da mão-de-obra barata existente na Europa destruída do pós-guerra (2ª Guerra Mundial), facto que tem permitido a este país produzir e exportar todo o tipo de bens, para todo o Mundo, a preços competitivos e conseguir, com isso, absorver uma parte crescente da riqueza dos páises desenvolvidos.
Um grupo Chinês quer instalar um milhão de robots para substituir mão-de-obra intensiva e contornar os custos crescentes da mão-de-obra, tornando os sues produtos mais competitivos e permitindo aos seus trabalhadores tarefas mais "estimulantes".
A China inova.
Ocorreu-me um pensamento: o exemplo, sendo bem sucedido, permite diminuir muito a mão-de-obra envolvida na produção e acresce as pessoas ainda necessárias de mais qualificações. Como reflexo da transformação económica que estamos a atravessar, em todo o mundo, a mão-de-obra mais qualificada vai, também, ficar mais barata, mesmo nos países mais desenvolvidos. O exemplo, a ser bem sucedido, permitirá demonstrar, talvez, que uma fábrica com um milhão de Robots pode ser construída e funcionar em qualquer parte do Mundo, quiçá com vantagem nos países desenvolvidos e a preços competitivos, não necessita de ser na China...
O grupo chinês Foxconn Technology, fabricante de produtos Apple como o iPhone e o iPad, planeia substituir os trabalhadores das suas linhas de montagem por máquinas.
(...) A Foxconn, fabricante de iPhones e iPads - também associada a marcas como a Nokia, a Nintendo e a Sony -, dispõe já de 10 mil robôs nas suas linhas de montagem na China, mas planeia chegar a um milhão nos próximos três anos (...)
(...) Apesar do seu crescimento económico, a Foxconn tem sido criticada pelas fracas condições de trabalho que oferece. Em 2010, resultado dos múltiplos suicídios registados entre os funcionários das suas fábricas, fez uma revisão laboral e mais que duplicou os salários na fábrica de Longhua, embora se mantenham muito baixos: de 900 yuan (aproximadamente €98) para 2000 yuan (€218). (...)