Grécia
Luís Reis Pires 12/06/13 10:21
Jornalistas da ERT barricaram-se na estação depois de esta ser encerrada, ontem à noite, e continuam a emitir por satélite.
Depois de ontem à noite a polícia ter desactivado o sinal da emissora pública, os jornalistas encontraram uma forma de resistência que passa por, fechados dentro do edifício da ERT, continuarem a emitir através de internet e satélite.
No enanto, o governo grego prepara-se para enviar forças policiais para o local, para evacuarem o edifício da ERT. De acordo com declarações da jornalista da ANA Dimitra Letsa, à Lusa, "o governo anunciou que vai enviar a polícia para evacuar o edifício".
por Texto da Lusa, publicado por Lina Santos
O Governo grego tenciona recorrer à polícia para evacuar o edifício da emissora pública ERT, que continua ocupado por centenas dos 2.656 trabalhadores horas depois do seu encerramento, disse à Lusa uma jornalista da agência de notícias ANA.
"O Governo anunciou que vai enviar a polícia para evacuar o edifício", disse Dimitra Letsa, da agência ANA/MPA, que em declarações à Lusa, por telefone, explicou que, para o Governo de Atenas o edifício pertence agora ao Ministério das Finanças, pelo que qualquer pessoa que se mantenha no interior estará a invadir o edifício e será levada à justiça.
As cadeias da ERT deixaram de emitir às 23:00 (21:00 de Lisboa) de terça-feira e os écrans ficaram negros, com o emissor principal, situado numa montanha perto de Atenas, a ser desativado pela polícia, segundo fonte sindical.
A decisão de encerrar a estação pública de rádio e televisão, justificada pelo Governo com a alegada "falta de transparência e incrível extravagância" da sua gestão, foi recebida com indignação no país e no estrangeiro.
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3266156
Esta é a coisa mais fascista que eu já vi na União Europeia e é bem sinal dos tempos que vivemos. Fechar os serviços públicos de televisão desta forma é de um revanchismo que cheira a vingança contra os jornalistas, um dos poderes e pilares da democracia e conseguir fazê-lo, arranjar "jusificações" para o fazer, denuncia os perigos desta União Europeia.
O problema é que isto não é só na Grécia. As justificações para fazer tudo o que este poder político quer a nível Europeu, com o pano de fundo de situações excepcionais e da crise financeira e económica, aparecem por todo o lado e em todos os países.
Este tipo de situações normalmente são como peças de dominó a cair: começam nalgum lado e levam tudo atrás. Agora, são as liberdades, a informação livre, o serviço público. Com esta atitude, uma parte da democracia cai na Grécia.